Um tapa na cara do status Quo!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Rua 14



Na rua estreita
Hades está a espreita
Atrás de mortos em vida
Nunca vi entidade
Tão ovacionada!

Perdi amigos para um bom trago
Estar chapado já não era mal presságio
Daqui você não passa se não pagar pedágio
Nem limpa tua barra com um sorriso largo!

Garoto dos recados!
Guarde alguns trocados!
Financie uns baseados
E ao falar de um sujeito
Não delate seus predicados!

Na rua afoita
Hades tem sua seita
Já deixou tua oferta?
Quem diria que a morte
Seria a dama da festa?

Não existe margem para imprecisão
Poucos não tiveram alguma intimação
Metade já esteve na reabilitação
Recuperando os nervos da detenção!

Dano por narcóticos
Quem sabe um coma alcóolico?
Na travessia dos viciados
Você mesmo acaba
Saindo dela um pouco culpado!

Adeus...
Não foi bom te conhecer.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Sem Mais Ressalvas


Por muito tempo me rendi
E de mim me afastei
O meu orgulho engoli
E do passado eu vivi
A nostalgia era envolvente
Animou o mais descrente
Mas fui em frente...
Hoje encontro o que procuro
Tateando no escuro
E mesmo perdido no percurso
Acredito não estar confuso
Eu vou na linha de frente
Desarmado e contente
Daqui em diante...
Nada será como antigamente
Eu decidi não ser tão deprimente
Cansei de ser o bom menino reticente...
Aprender!
A não mais me ater
E sem mais ressalvas
Poderei crescer
Se eu ficar na curva sinuosa
Partirei de forma onerosa
Serei  a risada ruidosa
De novas relações frondosas
Não golpearei meu oponente
Nem me farei de inocente
É evidente...
Vesti a aura do sobrevivente!
Deixei a muito de estar dormente
Tua resposta nunca me foi suficiente...
Conhecer!
E os mesmos deslizes não cometer!
E sem mais ressalvas
Não vou me arrepender
 

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mãe, más notícias

Mãe, os anos não foram bons para nós...
Não nos damos bem, quando estamos a sós!
Ainda convivemos sobre o mesmo teto
Mas estamos distantes, sem sair de perto!
 Por muito tempo eu mal opinei, só calei...
E foi com você que não mais fantasiei...
E a casa em que cresci
Em meu trabalho transformei
Apenas enfraqueci
E pouco te agradei!
Eu também não te agradeci
Por tudo que muitas vezes não mereci
Quanto a mão que quase levantei
Perdão, muito me constrangi
Mas foi o puro reflexo de tudo que ouvi (não!)
De quando renegou o dia em que eu nasci
Nunca teve a menor ideia do que eu sofri
Não quero estas blandícias
Sabe o que está fazendo?
Sim mãe, são más notícias
Eu te amo mas não te entendo...


Obs: Esse é o último poema de cunho mais pessoal . Vou dar uma pausa nessas temáticas dolorosas para mim. Não foi fácil faze-lo. Não pretendo mais falar sobre meu íntimo, de forma tão direta, pelo menos não tão cedo. Alguns amigos já estão até criticando esse meu "apego ao passado"(está mais presente e vivo do que nunca!)...Mas eu precisava desabafar esse último caso. Não espero que me entendam e nem me importo se não querem entender.(Isso foi ambíguo pra caramba!) Vou voltar com poemas de problemas sociais, que de certa forma tem sim, muito a ver com o que guardo na minha retina e tentar voltar com a roupagem que o Blog tinha em seus primórdios . Até breve leitor. 

domingo, 18 de dezembro de 2011

Meu Modo


Eu forjei minha ponte
Sobre as coisas que perdi
Atitude condizente
Junto aos que dizem que cresci
Exercito o desapego
Dou atenção a quem merece
Se constranjo o teu ego
Sei que de vergonha carece...
Ajo do meu modo!
Não aguardo o teu aceite...
Melhor se incomodo!
O teu furor é meu deleite...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Eu Poderia



Eu poderia...
Correr e te alcançar
Eu deveria
Ao menos ligar...
Próximo, porém distante
A desculpa brilhante...
Eu Poderia...
Contigo dançar
Eu tentaria...
Mas fui me afastar...
Não espero que entenda
E não quero que se ofenda
Eu não queria...
Perdoe-me pela grosseria
Nem avisei  que sumiria...
Eu sei que estou em dívida!
E maculei uma dádiva...
Você me esperou ávida
E teve o tremor de uma dúvida!
Eu poderia...
Pra você cantar
Eu nem teria...
Medo de errar
Escolhi me ouvir calar
Fazer o silêncio por mim falar...
Eu Poderia!
Não me conter!
Eu saberia!
Te satisfazer!
Mas fui saciar minha fome
Com um passado disforme
Feliz eu seria...
Não  terei  suas mãos nas minhas!
Não mais lerei tuas entrelinhas!
Eu não sustentei!
A mentira que inventei!
E até te machuquei
Mas foi a mim que eu enganei!
Eu poderia?

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Adorável


E aí, está confortável?
Pareço bem amigável?
O que falo é aceitável?
Andar comigo é saudável?
Tenho sido um bom remendo?
É em mim que está pensando?
Sabe o que venho sentindo?
Se sente bem me pisoteando?
Por você eu tenho sido e agido
Como um afável bibelô!
Mas é só mais um traje medíocre 
A vestir um gigolô!
Os sapos que engulo
Te dão um bom estímulo?
A julgar por teu sibilo
Eu sei que não estou seguro...
Com você parece que jurei
Lealdade a um ditador!
Mas sou a lâmina afiada do agitador!
Vivendo do que aparente e perecível...
O teu final soa tão previsível...
E aí, eu tenho nível?
Sou alguém tragável?
Bom amigo descartável
O xulo adorável...

Voz Amiga


Não me procure mais
Já tenho companhia
Que do baralho é o Ás
A mais doce ambrósia

A voz que me toma
E meu corpo indisciplina
É chaga e hematoma
Vírus sem vacina,

Me mediquei
Te adoeci
Quase te matei!
Eu relutei
Mas te conheci!
E elucidei!
Porque dizem que enlouqueci
E fingem não te ver?
Não te ouviram cantar em mim?

O que me faz sorrir
Inverte o aceito
Não é mero souvenir
Tampouco um trejeito

Enquanto eu planejo
Viver no meu sonho
Sacio meus desejos
E não me sujo em seu ranho!

Eu escolhi
Não servir
Nem me inserir!
Eu me importei
Então suprimi
No fim nem lembrei!
Que eu era o único louco
A viver por aqui!
Por comigo mesmo interagir!

Não me leve a mal
Se eu rir em demasia
Pois flerto com a ironia
A amante ideal!

Sou deselegante
Mas dono do meu destino
Antes só acompanhado
Que junto e sozinho...

sábado, 3 de dezembro de 2011

Jardim Atômico


Vivemos em um campo minado
Sem esperanças em um mundo ermo
E os frutos que temos cultivado
São os mesmos que contra nós tem voltado!
Apreciamos em céus reluzentes
O que sobrou dos sobreviventes
Não sabia que o tal mundo ideal...
Fosse um grotesco opúsculo do mal!
Contemple minha ilusão!
Teu sacrilégio faz a decoração...
Jogue fora essa cruz
E o sentido que ela tem de redenção!
Está seduzido?
Está comovido?
A luz explosiva da ogiva
Te livrará do pecado!
Você é a refeição das moscas
Que abafarão tua oração tosca!
Nem se o tempo resolver parar...
A praga do ódio não vai hesitar!
Perseguindo desejos em fatos
De civis que aos montes são executados
Você diz antever um mundo melhor...
Onde você tem andado?


Esse foi o segundo poema que escrevi na vida, tinha 14 anos...Postei em homenagem ao memorável passado da minha antiga banda que durou um ensaio. CUIAHEAD vive!...