Um tapa na cara do status Quo!

domingo, 4 de outubro de 2015

Piloto Automático






Eu ligo meu computador
Me sinto tão bem
Tenho o poder no cursor
E posso fingir ser alguém
Eu nunca estou sozinho
Mesmo em minhas noites solitárias
É meu deleite enlatado
E amor desalmado
Nunca foi tão fácil
Nunca foi tão fútil
Eu sou um número
A chave serial
A imagem borrada
Na tela dourada
A virose pestilenta
Da apatia opulenta
Sejamos práticos
Modo piloto automático
Ligado
Pausa nas ofertas
Nas insones descobertas
Posso resgatar princesas
Ou chafurdar em safadezas
Logado em meu domínio
Sou um punhado de caracteres
Invento afazeres
E esqueço meu declínio
Nunca fui tão versátil
Nunca fui tão inútil
Sou código de barras
Em boa resolução
O bug em seu Byte
O Hack em seu site
O poder onipresente
E presença ausente
Sejamos sistemáticos
Modo piloto automático
Ligado
Tenho tantos comandos
Que serão usados sem demora
Basta um simples click
E você vai embora.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Mediocridade



Tão adestrada
Tão prostrada
Tem a vaidade que a sujeita
Sem predicados
Tão dedicada
Pior mancada
És rubor ensaiado
Num cinismo sincronizado
Diva de um paraíso arruinado
Perambula em afetos coreografados
Tediosa sobriedade
Musa da mediocridade
Tão Plena
Tão obscena
Cobre-se de méritos
Mas mal amarra seus sapatos gastos
Cobra criada
Presa afiada
Diz brilhar como uma estrela
Mas se apaga como a chama de uma vela
Diz ter a nobreza do jasmim
Mas jogou lixo no próprio jardim
Slogan de uma sociedade
Modelada em mediocridade