Um tapa na cara do status Quo!

domingo, 11 de junho de 2017

Do Outro Lado



Enquanto eu vencia de joelhos
Você caiu de pé
Eu já esperava o pior...
Tu nunca perdeste a fé!
Covardes como eu
Não vão ao paraíso
Tu carregou o calvário
Ostentando um belo sorriso
Enquanto eu sentia pena de mim mesmo
Você era tão vivo mesmo quando enfermo!
Eu mal te vi crescer
Se apaixonar 
Ou se arrepender
Ter certezas e voltar atrás
Nunca quis dizer:
"Vai em paz"
E te ver partir antes dos teus iguais
Deixando amores incondicionais
Padecemos do mesmo mal
Eu sobrevivi
Mas o que ganhei
Se te perdi no final?
Eu sei que todo mundo vai embora
Mas não engulo que era sua hora
Hoje brinca do outro lado
Atente para o meu recado:
Até breve criança!
Seu codinome
É esperança...

sábado, 11 de fevereiro de 2017

5 Anos




Animado pra viver o momento
Buscando no desconforto o alento
Mesmo entornando doses de agonia
Acharei graça onde eu não ria
Estarei aqui para ver nascer mais um dia
Preparado para más notícias
Delas me sirvo
E é uma delícia
Não vai ser mais uma doença
Que abalará a minha crença
Estarei aqui para ver nascer mais um dia
Ficarei desfigurado...
E enfraquecido?
Mas sei que estarei curado!
Mesmo dentro da escuridão
Com medo de perder a razão
Eu sei que em 5 anos voltarei são
Posso estar por baixo
Mas eu não padeço
Encontro o meu eixo
Encaro o percalço
E recomeço!

Não Minta




Eu tenho o desconforto de quem tem medo
Estou ferido mesmo saindo ileso
Em tons de cinza, de gosto azedo
Meu auxílio me torna indefeso
Cresce em mim resíduos de morte
Que me abatem como feras famintas
Eu não sei bem se serei forte
Mas peço que não minta
Sei que posso lutar
E impedir que essa biópsia
Se torne autópsia
Faça-me refutar
Contrariar a lógica
Sem usar mágica
Tira essa máscara do teu semblante
Não escancare o riso como uma exigência
Guarde as profecias revigorantes
Que revelam tua fé em decadência
Cuspa fora toda essa falácia
Arranca logo de mim esse edema
Envenena-me com o que guarda em sua farmácia
Mas não inventa solução para o meu problema...

Sociedade das Marionetes




Encontre seus ideais
Engolindo manuais
Aceite o prescrito
Repita o que já foi dito
Então vamos cobrir
A linha pontilhada
E colorir esse saber
De fachada
Questionar?
Não levante o dedo!
Decorar...
O seu papel no enredo!
Dizem promover o ensino
Com questões atuais
Mas aplicam fórmulas
Do tempo dos meus pais                                                                                         
Mostram causa sem efeito
Minando o prazer de aprender
Que se dane seus direitos
Apenas faça o seu dever       
Obedecer
Como um bom joguete
Resignar...
Dance marionete!
Quero ouvir
A voz da senzala
Devolva minha memória
E as raízes da minha História
Digam a eles que fico
Com meu senso crítico...

domingo, 27 de novembro de 2016

Castelo De Areia




Intensas palpitações...
Só queria respirar!
Queria que a vida passasse
Em suaves prestações
Mal ensaiei viver
E já me vi em risco
Brindei sem prazer
Escondendo as lágrimas em ciscos
Como num filme de terror
Me debato pra escapar
Das presas hediondas da morte
Que tenta me silenciar
Crescendo bem devagar...
Maldito corpo estranho!
Ressaltando o quão sou efêmero
Minando meus sonhos...
Te cortei fora
Como um dedo podre
Pare de me ameaçar
Não pode me machucar!
Saia de minhas vísceras!
E de outras úlceras
Contrario seu diagnóstico
Fugindo deste quadro clínico...
Me recuso a cair assim
Como um castelo de areia
Pois é nesse tempo ruim
Que minha coragem incendeia...