Eu poderia...
Correr e te alcançar
Eu deveria
Ao menos ligar...
Próximo, porém distante
A desculpa brilhante...
Eu Poderia...
Contigo dançar
Eu tentaria...
Mas fui me afastar...
Não espero que entenda
E não quero que se ofenda
Eu não queria...
Perdoe-me pela grosseria
Nem avisei que sumiria...
Eu sei que estou em dívida!
E maculei uma dádiva...
Você me esperou ávida
E teve o tremor de uma dúvida!
Eu poderia...
Pra você cantar
Eu nem teria...
Medo de errar
Escolhi me ouvir calar
Fazer o silêncio por mim falar...
Eu Poderia!
Não me conter!
Eu saberia!
Te satisfazer!
Mas fui saciar minha fome
Com um passado disforme
Feliz eu seria...
Não terei suas mãos nas minhas!
Não mais lerei tuas entrelinhas!
Eu não sustentei!
A mentira que inventei!
E até te machuquei
Mas foi a mim que eu enganei!
Eu poderia?
Rapaz, o desfecho com a velha chave de ouro parnasiana, é que os 'Eu poderia' do início e meio são afirmativos e, num arrebate o poema finda com ele interrogativo, após tantas (auto)-afirmações.
ResponderExcluirDestaque para o verso:
Não espero que me entenda[...]
e para o trecho:
Eu sei que estou em dívida!
E maculei uma dádiva...
Você me esperou ávida
E teve o tremor de uma dúvida!