Um tapa na cara do status Quo!

quinta-feira, 6 de março de 2014

Bastardo



Pai do céu a quem rogo
Somos mesmo tão análogos?
Sou tão austero
Quanto um zero
A atenção distraída
No beco sem saída
Sou o aceno
De um gesto obsceno
A jogada espetacular
Num jogo sem placar
Sou tranca sem chave
E palavrão suave
Um obscuro soneto
O rancor irrequieto
Eu sou um Bastardo
Pai, socorro!
Pode com meu desaforo?
Sou mais uma promessa
Entre tantas remessas
Sou piada sem graça
Numa mala sem alça
Um baralho sem ás
Na trapaça fugaz
Sou a má intenção
No sexo sem tesão
História mal contada
E prova armada
Eu sou um Bastardo
Bem como a fissura no trunfo
E perca no triunfo...

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