Um tapa na cara do status Quo!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

“White Light, White Heat e White Trash” -Social Distortion







Bem, como havia prometido dias atrás, vou fazer a resenha dos 10 discos de Punk Rock que estão em minha prateleira na seção “tenha ou Morra”. Mais uma vez não estou nem aí sobre o que você acha que é Punk ou não. Foram discos marcantes para mim, e como bom egoísta que sou, só a minha opinião é que conta nesse espaço entendeu?Eu resolvi começar com uma banda clássica, com mais de trinta anos de estrada e que vai lançar disco novo já no início do ano que vem: Social Distortion. Apreciem a dica. Acho que vou deixar link pra download.

“White Light, White Heat e White Trash” representou o meu primeiro contato com a banda, a exatos 4 anos atrás. Recordo-me que foi algo surpreendente, já que na época eu buscava algo mais melódico e que ultrapassasse a casa dos 3 minutos.  Foi um choque quando ouvi os primeiros acordes de “Dear lover”. A casa foi abaixo nesse dia. Lembra country, lembra Cash, lembra o verdadeiro blues dos guetos dos EUA, sem deixar de ser simples, o que demonstra a capacidade de se misturar influências e outros estilos em um modo de fazer música tão injustiçada por ser muitas vezes rotulada como algo limitado ou repetitivo. Acho que a melhor música não é aquela que o artista tem um doutorado em música, mas aquela que mesmo que os músicos não tenham o curso completo, conseguem abalar as estruturas das pessoas com aquilo que berram em seu barulho. Mas, Mike Ness e sua trupe tocam muito! E tocam Punk Rock! Não é preciso ser um músico de heavy metal para se fazer algo bom. Em relação ao disco, temos letras muito boas. Não se assuste se você encontrar frases do tipo “Isso não é nada garota, até que você tenha sentido a dor” ou “amor e morte não significam nada”. O teor do que a banda escreve beira a melancolia e o mais profundo sofrer, seja por amor, seja pelo ódio que existe intenso na relação entre as pessoas em seus cotidianos medíocres de afazeres repetitivos e deprimentes. E diferente desse amor plástico que se vê nos dias de hoje em bandas de mentalidade atrofiada, vejo nesse álbum e nesse artista um das poucas tentativas de se falar sobre amor que deram certo. EMO? São sentimentalistas demais, como já escutei em minhas andanças por aí... Penso que falam de amor, mas ao mesmo tempo conseguem fazer o seu protesto abarcando o social. Por acaso o amor é um sentimento inexistente na vida das pessoas? Ele pode até estar sumido e sofrendo falência múltipla dos órgãos, mas ele insiste e sobrevive em alguns, nunca morrendo de fato. E se mesmo assim você ainda não acredita que existe crítica social em uma música assim? Escuta “Down Here” (With The Rest Of Us) e veja o quanto você está errado. Entre outras faixas que merecem destaque escute a belíssima Crown Of Thorns e o perceba como é rico falar de sentimentos, sem o uso patético de clichês ou desse colorido berrante jogado por essa fábrica de lixo tóxico que é a TV. “I Was Wrong” e “When The Angels Sing” tiveram seus vídeo clips feitos e trabalham em cima do homem e o que este considera como certo ou errado. Tais impressões que tive fazem de “White Light, White Heat e White Trash” um clássico dos anos 90(pelo menos pra mim). Que tal buscar se encontrar em um disco assim do que cair em uma tempestade de purpurina que não diz nada sobre você mesmo para variar? Ou será que você sabe que é tão ruim por dentro que tem até medo do que pode encontrar? De qualquer forma fica a dica. Aprecie o melhor da old school do Punk e, ao invés de desconstruir tudo, que tal se identificar e acreditar em alguma coisa?

Link para Download:  http://www.4shared.com/file/rjQObkXE/Social_Distortion__White_Light.htm

 


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