Depois de ver tanta merda que os caras escrevem por aí em outros blogs, resolvi que se eles têm espaço para estar colocando as atrocidades deles nesse espaço infecto e tendencioso que é a internet, eu também posso fazer isso. E como admirador e conhecedor de muitas bandas que tem o rótulo Punk rock, me acho no direito não de dizer se artista X é mais Punk que artista Y, mas de ao menos tentar postar os discos que marcaram e me ajudaram a me tornar o que sou hoje: Alguém que está sempre questionando sobre a vida, um eterno insatisfeito, alguém que entende que como as coisas estão expostas está totalmente errado. E nessa pequena brincadeira que me propus a fazer,acho que é interessante mostrar antes das resenhas, o que eu penso sobre a música, para que você , leitor desprovido de discernimento, entenda porque escolhi esse ao invés daquele disco. Digo assim porque sempre tem aquele palhaço que não concorda e critica o gosto de quem escreve. Quero desdejá deixar bem claro que são MEUS gostos, ok?
Bem posso começar afirmando sem medo que meu entendimento sobre política, filosofia, religião está na música, que sempre me exerceu um fascínio e agiu como um exorcismo aos meus demônios. A lição mais valorosa que aprendi com a mesma é de que ela carrega um pouco da vida de quem a faz. O músico guarda umpouco dessa essência por entre seus dedos, em suas baquetas ou em sua voz. Contemplo a música como quem contempla um ser vivo em formação. e como tal devemos entender que ela pode sim ser morta, pois quem a faz tem pleno poder pra isso. Tudo depende do que o criador considera como mais importante: Fazer música porque existe um sentimento naquilo, porque você quer se divertir ou fazer as pessoas refletirem ou fazer música em um molde de plástico ao lado de uma maleta de dólares e uma estante de prêmios. Quando eu faço uma música, eu não me importo se milhares de pessoas vão ouvi-la: Se você já consegue fazer alguém parar para te ouvir, se você ajuda a resolver um problema de alguém, se você faz uma pessoa se encontrar de alguma forma no seu “Caos harmônico”, se você ajuda a formar opinião e estimular o grito entalado na garganta do conformado, você conquista o maior de todos os presentes, o mais intenso dos orgasmos. Não digo que não deva existir dinheiro nisso tudo. E é claro que tem e deve ter. Vivemos no capitalismo e eu não sou hipócrita de achar que hoje podemos viver fora dele, mas o problema surge quando você transforma diversão ou tudo aquilo em que você acredita se resume em caixa registradora gigante, e dentro dela você faz um riff ou uma rima pensando como um economista, imaginando os benefícios a curto e em longo prazo, pensando em quantas pessoas idiotas vão ir ao seu show, copiando seus cabelos ou as suas roupas folgadas, consumindo o melhor da sua casca, e o pior de sua criatividade, que nem sua mais é,ela torna-se um subproduto dos sintetizadores e dos produtores/copiadores espalhados pelos grandes nomes da indústria fonográfica. Imagine-se na situação dessas bandas da moda e o legado ridículo para as gerações futuras. “Não vamos pensar o mundo, vamos criar um maravilhoso mundo de faz de conta, em que sangue é chocolate e o amor é prensado em latas de sardinha”. Música não se faz assim. Tem todo um romantismo em relação à diversão nesse processo. E eu não aguento mais ver a minha amante ser esquartejada todos os dias por um bando de açougueiros que se dizem músicos. Meu ouvido e meu espírito até onde sei, não são depósitos de lixo e nem playground para experimentações e clichês baratos.
Então é isso, tendo em vista essa “minha palestra” sobre a música espero que tenham entendido o que aprecio em um trabalho desse tipo. No próximo post, estarei resenhando o primeiro dos 10 discos que guardo na minha gaveta ”tenha ou morra”. Espero que gostem. Se a preguiça deixar eu posto até links para download.
Até mais.