Um tapa na cara do status Quo!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Afrodite


Eu nem ensaio recusa
Tua ordem dispensa palavra
És autêntica musa
Ainda mais bela quando brava!
Nunca sei bem o que fazer
Me contento em te admirar
Estar lá para quando quiser
Um ombro para repousar
Peço que acredite
Não é palpite
Em você reconheço
A deusa Afrodite!
O teu sorriso insiste
Em abrilhantar o meu presente
Eternizando o instante
Agraciando o descontente
Traz o paraíso ao abismo
E vida ao inóspito
É brandura e bálsamo
A revigorar o meu espírito
Do pouco que tenho a oferecer
Fica a vontade de te proteger...

Degradante


Eis que no picadeiro
Entra o circo da família
Com seu baixo calão grosseiro
Expelem as piores anomalias
Não é melhor dar um passeio?
São como animais no cativeiro
Onde o laço afetivo é irrelevante
Prole e cria se agridem o tempo inteiro
Que geração degradante!
Que tal morar num sanatório?
Se defendendo do parceiro?
Pode até apelar ao carcereiro
Que monta ali seu escritório
Não há lugar melhor que o lar (alheio)
Bom exercício de mediocridade
É externar o que há muito não existe
Temos soado como um desafinado falsete
Que geração degradante!
Não é fácil viver em reclusão
E fazer o tipo irreverente
Estar em casa não é como um jargão
De anúncio de refrigerante!
A quem me é próximo, gravei grande receio...

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O Azul que ficou escuro


Não tem vergonha
Do que tu pretende ser?
Não se imponha
Se não pode se defender...
Não precisa me contar,
Eu sei por onde esteve...
Mas prepare-se para falar
Das promessas que não manteve...
É a solução do meu problema?
Mal fala por você!
Ei, Jabá do sistema
Quem pretende proteger?
Pensou enganar a mim?
Mudando de endereço?
Já era anunciado o fim
Desde o começo...
Como estão altas as chamas
De teu porto seguro!
O céu azul que procuras
De repente ficou tão escuro!
Derrubaram teu muro...
Não!
De grande libertador
Virou mero trovador
Teu ideal bonito
Tinha horrendo defeito
Assuma o que faz!
Por isso foste eleito
Não foi tão audaz
Ao tirar proveito?
Não me fale de ternura
Se derrama a vida púrpura!
O azul da tua aura
Foi ficando tão escura!
 Agouro que aturo
Meu apuro!
Não!
És a agressão
Que falhou
Em me apagar!
Causou-me
Uma contusão
Que me encorajou
Ao invés de assustar!
Porque foi se sujar?
Na tua couraça há um furo...
Fatal a seu futuro!
O azul do teu suspiro
Foi ficando escuro...
Ossos que perfuro
Rosto que desfiguro
Já!